
É um “investimento” do Azores Padel Club que procura colher frutos “a longo prazo”. Entre 8 e 13 de Outubro, o Azores Padel Club, na ilha de São Miguel, vai receber o Open Crédito Agrícola, o primeiro torneio do circuito FPP Padel Tour que será disputado no arquipélago dos Açores. Segundo João Almeida, um dos proprietários do clube de Ponta Delgada, este será “o primeiro contato da maioria dos praticantes e fãs da modalidade na região com atletas profissionais”, que, dessa forma, terão a oportunidade de ver de perto “uma competição a sério”, o que pode trazer “muito mais gente para a modalidade”.
Em declarações ao Padel 365, João Almeida explicou que “um dos grandes problemas do desporto nos Açores é a falta de competição devido aos custos acrescidos da insularidade”, sendo que os açorianos, embora sejam “naturalmente desportistas e competitivos”, vivem “com algumas adversidades” no “dia a dia que não acontecem em outro local português”. Apesar das dificuldades, o Azores Padel Club mantém projetos ambiciosos: “Quem sabe no futuro trazer um 15.000 ou até uma prova internacional, com campos espalhados por zonas icónicas da ilha.”
Com condições diferentes da Madeira – “Temos uma população semelhante, mas estamos dispersos em nove ilhas” -, nos Açores o padel ainda não alcançou o protagonismo e o impacto que já existe nas ilhas madeirenses, mas João Almeida garante que os açorianos estão empenhados em mudar essa realidade.
Lembrando que nos Açores “em 90% dos dias ao longo do ano é impossível jogar” ao ar livre, a abertura do Azores Padel Club foi um passo importante para a implementação da modalidade em São Miguel: “Fomos o primeiro clube indoor dos Açores e montamos uma estrutura que não fica atrás de quase nenhum clube em Portugal: oito campos panorâmicos WPT, tenda com 14 metros de altura, bar, restaurante.” Tudo isto, segundo o sócio do Azores Padel Club, “com preços que fariam corar de inveja qualquer jogador de Portugal continental”.
“Temos dois anos de existência e o padel chegou a São Miguel por volta de 2015. Acredito que chegaremos ao nível de jogo e da popularidade da média do país, mas estamos uns anos atrasados, devido ao atraso na criação de infraestruturas adequadas ao nosso clima”, aponta João Almeida.
No entanto, o clube micaelense procura manter-se ativo, promovendo iniciativas ao longo do ano. “Temos por hábito fazer um torneio social por mês, com temáticas alusivas à temporada. Em 2023 fizemos um torneio noturno de Halloween às escuras, por exemplo. Até final do ano, vamos anunciar algumas atividades e, muito provavelmente, o torneio de Natal receberá a visita de algumas caras conhecidas da modalidade. Depois de terminarmos este 10.000, vamos quantificar o impacto deste evento e apresentar os resultados às entidades oficiais da região para entenderem que esta modalidade tem um potencial tremendo para a nossa economia”, conclui João Almeida.